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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Vencer é uma questão de postura

Introdução:

          Vivemos em um mundo extremamente competitivo. Somos bombardeados, diariamente, com notícias sobre como o mercado de trabalho está difícil, como somente pessoas altamente qualificadas conseguem bons empregos e assim por diante. O ponto que quero abordar, nesta coluna, é sobre o que exatamente significa "altamente qualificado".

           Não podemos, de maneira alguma, achar que "altamente qualificado" significa apenas o domínio dos conhecimentos técnicos ligados a sua profissão. É obvio que os conhecimentos técnicos são e sempre serão fundamentais, isto não está em discussão. Mas também é verdade que estudantes brilhantes, que tiram as melhoras notas na universidade, muitas vezes não conseguem tornar-se profissionais brilhantes e bem sucedidos, como era de se esperar. Muitas vezes aquele que foi o primeiro aluno da turma de medicina, hoje está trabalhando em dois ou três plantões de hospitais públicos, ganhando pouco, enquanto que um dos últimos da turma obteve sucesso, já tem a sua clínica particular e é um profissional referência na sua área de atuação. Como explicar esta "aparente" contradição? Eu acredito que para entendermos o porquê isto acontece temos que pensar em termos, não do "profissional atual" ou do "profissional qualificado", mas sim do "ser humano atual" ou do "ser humano qualificado".

           Nesta coluna vou apresentar algumas características do "ser humano" como um todo, características estas que eu considero fundamentais para a construção de uma carreira de sucesso (em uma das próximas colunas vamos discutir o que significa "uma carreira de sucesso", pois, sendo um conceito muito subjetivo, pode ter diferentes significados para cada pessoa). As características/aptidões que serão apresentadas nesta coluna compõem o que eu gosto de chamar de "postura" do ser humano em relação ao seu trabalho e a sua vida de uma maneira geral.

5 Posturas Importantes Para a Sua Carreira

          Postura 1 - Saiba trabalhar e valorize o trabalho em equipe: Somos avaliados e, conseqüentemente, remunerados de acordo com os resultados que produzimos, quer seja para a empresa que trabalhamos quer seja para os clientes que atendemos. Hoje em dia somente é possível conseguir bons resultados trabalhando em equipe, de uma maneira cooperativa com doses saudáveis de competição. Quando não existe o espírito de equipe é comum vermos situações em que alguém está mais preocupado em não deixar que o colega se destaque do que obter o próprio sucesso. Em uma verdadeira equipe todos tem um objetivo comum e trabalham para alcançar este objetivo. No final todos ganham, pois a equipe produz bons resultados.

          Postura 2 - Não perca tempo procurando culpados: Já vi casos em que um determinado projeto estava atrasado. Ao invés da equipe concentrar esforços para recuperar o tempo perdido, passou a buscar culpados e a elaborar relatórios extensos que, supostamente, explicariam o fracasso da equipe e comprovariam a culpa de "A", "B" ou "C". Se tivessem concentrado esforços provavelmente conseguiriam terminar o projeto a tempo e com o nível de qualidade exigido. Esqueça a busca por culpados. Não pense, nunca, no problema, pense sempre na solução. O mercado quer profissionais que, diante de um problema, concentrem esforços na busca de soluções e não na busca de culpados/explicações. Claro que imprevistos existem e injustiças são cometidas. O importante é não se apegar ao que aconteceu ou ao que foi perdido, ao contrário, concentre seus esforços em buscar alternativas, novos caminhos, esta é a postura esperada.

          Postura 3 - Não seja um mero cumpridor de normas, seja rebelde na medida certa: Pode parecer estranho mas as empresas modernas não investem no funcionário que se limita a cumprir tudo o que lhe é determinado, sem questionar e sem sugerir mudanças. Seja crítico, esteja sempre questionado se as coisas tem que ser feitas da maneira como está definido ou se podem ser mudadas para melhor. Não fique limitado a cumprir o que foi determinado. Lembre que você não é pago para cumprir normas, mas sim para obter resultados, desde que estes sejam obtidos através de meios éticos. Temos dois exemplos típicos em que as normas foram cumpridas, porém os resultados foram desastrosos:
          1) A Plataforma P-36 da Petrobrás afundou. Foi feita uma investigação, a qual concluiu que não houve culpados, pois todos cumpriram o que estava definido nos manuais de operação. Ou seja, as normas foram cumpridas e isto é o suficiente, mesmo que os resultados fossem desastrosos. Que grande bobagem, muito mais importante do que cumprir as normas teria sido salvar, em primeiro lugar, a vida de 11 operários e depois a plataforma de meio bilhão de dólares.
          2) Durante a segunda guerra mundial foi descoberto um erro nos manuais de combate/estratégia, para os pilotos ingleses. Este erro, em determinadas situações, poderia expor os pilotos a um risco maior do que o necessário. O incrível é que, mesmo após a descoberta do erro, o procedimento não foi modificado enquanto as novas versões do manual não foram impressas e distribuídas. Dispensa maiores comentários. As empresas modernas gostam do funcionário que questiona, que gosta da mudança, pois este funcionário estará sempre contribuindo para a melhoria da empresa. Existem casos de empresas americanas que punem, com uma multa simbólica, os projetos que apenas atingem os objetivos inicialmente traçados e distribuem prêmios em dinheiro (verdadeiro, nada simbólicos) para os projetos que são um grande fracasso, mas que tentaram inovar, fazer algo diferente. A empresa sabe que um dia a equipe que fracassou vai acertar e, que este acerto, trará grandes benefícios (ou em outras palavras: lucro) para a empresa.

          Postura 4
- Compartilhe informações e conhecimentos, esteja sempre disposto a ajudar: Sabe aquele profissional que ocultava informações dos colegas pois acreditava que a "posse" destas informações poderia ajudar no crescimento da sua carreira? Provavelmente ainda existe este profissional, porém esta postura é inadmissível. Por isso existem as redes de computadores e as Intranets corporativas, para que as informações sejam compartilhadas por todos na empresa. Também é importante que você esteja sempre disposto a ajudar os seus colegas, a ensinar o que você aprendeu. Aliás um dos perfis de profissional mais valorizado atualmente é justamente o profissional que domina os conhecimentos técnicos da sua profissão e, ao mesmo tempo, é capaz de ensinar estes conhecimentos para os seus colegas, sem temer a competição.

          Postura 5 - Trabalhe com amor, com dedicação, com o coração, de tal maneira que as pessoas não saibam se você está trabalhando ou se divertindo: Esta postura é baseada na máxima zen que diz o seguinte: "Quem é mestre na arte de viver distingue pouco entre o trabalho e o tempo livre, entre a própria mente e o próprio corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Com dificuldade sabe o que é uma coisa e outra. Busca simplesmente uma visão de excelência em tudo que faz, deixando que os outros decidam se está trabalhando ou brincando. Ele pensa sempre em fazer ambas as coisas ao mesmo tempo". Este trecho resume bem o que significa gostar do que se faz, trabalhar com amor, com dedicação. Pelé já nasceu com o dom para jogar futebol, mas como amava demais o que fazia, ele treinava mais do que todos, exaustivamente, simplesmente porque era isso que o fazia feliz. Eu sempre brinco com meus amigos que, quando saio pela manhã, eu não vou trabalhar, ao contrário, vou me divertir. Na minha infância eu sempre brincava de ser professor. Quando lecionei pela primeira vez, para uma turma de colegas da faculdade de Engenharia, ao terminar a aula e ver que todos gostaram e que eu, mesmo sem experiência nenhuma, consegui dar uma aula de gente grande, uma emoção muito forte tomou conta de mim, tive a sensação de estar fazendo a coisa certa, de estar sendo útil, não me contive e chorei, mas foi um choro de alegria, de sonho realizado. Durante a infância eu também brincava de ser escritor. Guardo até hoje algumas páginas que esbocei nesta fase da minha vida. Este foi mais um sonho que eu consegui realizar. Quando recebi em mãos, o meu primeiro livro mais uma vez não me contive. Senti a mesma alegria da primeira aula, a sensação de ter realizado mais um sonho. Quando os meus amigos perguntam a quanto tempo eu e minha esposa estamos juntos eu brinco dizendo o seguinte: "que ela sabe, uns 10 anos, mas que eu namoro ela faz uns 12 anos, ou seja, eu namorava ela mas ela não sabia e eu não contei antes de medo de terminar o namoro." Hoje já somos casados a 6 anos e estou muito feliz. A sensação: a mesma, ou seja, mais um sonho realizado. Vejam que foram dois exemplos de trabalho e um da vida pessoal, mas como diz a máxima zen, não cabe fazer diferença entre trabalho e vida pessoal, se ambos nos fazem felizes. Em resumo: o seu trabalho tem que ser uma fonte de prazer, de alegria e de emoções positivas e não simplesmente um mal necessário para que você possa sobreviver e pagar as suas contas. A postura que temos que tomar é a de jamais desistir do que realmente queremos. Claro que as vezes temos que adiar o sonho, pois afinal temos contas a pagar. Mas o importante e não desistir jamais.

Conclusão e dicas:

          Na minha opinião o seguinte ponto resume o que se espera do ser humano como postura em busca de um mundo melhor: "Se queremos profissionais melhores e mais qualificados temos que trabalhar para criar seres humanos melhores, mais preparados. Precisamos ensinar as pessoas a amar mais, a não ter preconceitos, a expandir suas consciências, a aceitar e conviver com as diferenças, a buscar sempre o melhor, a não ser levados pelo consumismo exagerado e, principalmente a amar mais as pessoas e usar as coisas e não o contrário (amar as coisas e usar as pessoas), que é o que acontece hoje em dia.
."Para ler e refletir sobre as idéias apresentadas nesta coluna, eu recomendo os seguintes livros:





"Liderando a Revolução", Gary Hamel, Editora Campus.
"A Conexão Planetária", Pierre Lévy, Editora 34.
"A Economia do Ócio", Domenico de Masi, Editora Sextante.

FONTE: Julio Battisti










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